A razão pela qual decidimos que visitaríamos El Calafate, foi pelo simples fato de que era a cidade base para a visita ao Glaciar Perito Moreno. É por esse motivo que a grande maioria dos turistas acaba conhecendo a cidade. Tudo lá gira em torno do Parque Nacional dos Glaciares, já que é possível conhecer não somente o Perito, mas também outros interessantes glaciares.
Já havíamos nos informado antes mesmo de sair do Brasil os principais passeios a serem realizados lá no Parque Nacional dos Glaciares, e de tudo que vimos, o que mais nos encantou foi a possibilidade de poder andar sobre o Glaciar. Assim, fomos até uma agência no centro de Calafate chamada Hielo y Aventura (Creio que seja a maior e melhor). Lá procuramos nos informar das diferenças entre a caminhada no gelo na categoria "Mini Trekking" e na categoria "Big Ice".
Basicamente existe apenas uma grande diferença: a distância e duração do trekking. No Mini trekking o tempo de duração de caminhada no gelo é em média de 1,5 horas, já no Big Ice a duração é em média de 4 horas. Outra diferença que distanciam ainda mais as duas modalidades, é que existe uma trilha pela floresta que flanqueia o Glaciar que deve ser percorrida a fim de alcançá-lo, assim o ponto de início do Big Ice é bem mais distante, tornando a trilha até o Glaciar também mais longa no caso do Big Ice. Com receio de que o mini trekking fosse uma experiência muito curta, decidimos pelo Big Ice. Até hoje tenho dúvidas se fizemos uma boa escolha, pois o esforço foi algo quase sobrenatural para nós.
Mini Trekking: 500 pesos
Big ICE: 720 pesos
No outro dia bem cedo partimos em um ônibus da empresa junto com uma porrada de gente rumo ao Parque Nacional dos Glaciares que fica a 85 km de El Calafate. Durante a viagem a guia nos contava a respeito do parque e principalmente do Perito ao passo que íamos nos aproximando. Tivemos que pagar a taxa de entrada do Parque, que custa 100 pesos para turistas, mas para residentes do MERCOSUL ficou de 70, melhor que nada! A certeza do bom investimento feito veio logo na primeira visão do Perito Moreno ainda de dentro do ônibus, visto pela janela. É algo de outro mundo, é esplendoroso, ficamos todos bestificados.
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Visão do lago de dentro do ônibus. O céu é um espetáculo a parte. |
Após desembarcarmos, a guia nos levou até o início de uma imensa plataforma e nos deu cerca de 50 minutos para que pudéssemos percorrê-la até a parte mais próxima do Perito e poder tirar umas boas fotos da face norte do colossal glaciar. Mas o mais fascinante, além é claro da estupenda visão, foi poder ouvir os estrondos que mais pareciam furiosos trovões dos imensos blocos de gelo que a todo momento se desprendiam do glaciar. No verão o derretimento ocorre bem rapidamente, mas no inverno, tudo que se perdeu é reposto na mesma proporção, mantendo sempre o mesmo tamanho. É possível somente visitá-lo sem necessariamente realizar qualquer trekking, fica bem mais em conta é bem verdade, mas vê-lo sem poder tocá-lo, sabendo que é possível fazê-lo, deve ser um pouco frustrante.
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Blocos que desprenderam há um bom tempo ficam mais escuros. |
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Ao fundo, é onde o Perito começa a se formar |
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O Perito chega a ter 5 km de largura |
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Imenso |
Quando todos nos reunimos novamente no ponto de encontro da plataforma, voltamos ao ônibus e rumamos até o lago em que os glaciares residem. Assim tomamos um catamarã até o acampamento base do outro lado do lago que dá acesso à trilha até o Perito Moreno.
Chegando ao acampamento, recebemos algumas instruções, pegamos os equipamentos necessários e partimos para uma trilha que durou cerca de 1 hora até o trecho onde o Glaciar se unia com a floresta. Já no Glaciar, os guias colocaram os grampões nas nossas botas a fim de facilitar o caminhar sobre o gelo. Algumas dicas nos foram dadas, mas confesso que não é fácil caminhar sobre o glaciar com aqueles grampões, o esforço de caminhada é 3 vezes maior do que comparada a uma convencional e a força infligida nos joelhos chega a ser brutal em alguns momentos.
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Visão da trilha de acesso. Ao fundo o glaciar adentrando nas montanhas. |
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O pessoal alí estava fazendo o mini trekking. Como eu disse, começa antes. |
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Bela cachoeira no meio da trilha. |
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Bem próximo agora. |
Depois de cerca de 1 hora sobre o gelo, me acostumei com os grampões e com a superfície (dentro do possível). A partir daí pude apreciar mais o trekking e curtir as belas paisagens que nos eram oferecidas. Belas montanhas cheias de neve em torno, pequenos córregos e lagoas de água azulada, cavernas de gelo e cascatas, tudo isso sobre o glaciar.
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Botas com os grampões. |
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Um dos vários córregos bons para se beber uma água. |
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Foi necessário atravessar por essa caverna. |
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Ao fundo pode-se ver a saída. |
Com cerca de 2 horas de caminhada, paramos para um lanche em frente uma lagoa. Quem quisesse descansar teria de apoiar a mochila no gelo e sentar em cima, a mochila saia encharcada. Depois daí foi bem difícil caminhar, o caminho era complicado, os guias muitas vezes tinham de usar a picareta para deixar a superfície um pouco mais plana a fim de possibilitar a passagem de todos nós. Muitas vezes tínhamos quase que escalar certos trechos, de tão irregular que se tornava a superfície, mas todos conseguiram e ninguém sofreu qualquer acidente. Após 3 horas e 40 minutos no gelo, realizamos todo o caminho de volta pela floresta até o acampamento, foi sofrível caminhar por mais 1 hora depois de tudo pelo que passamos!
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Parada para o lanche. |
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Parada para o lanche. |
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Travessia complicada. |
Senti-me um vencedor por aguentar um trekking tão longo e pesado como aquele. Não sei se faria novamente, pois aquilo acaba com o corpo de uma pessoa não acostumada com trekkings pesados. Os grampões colocados em minha bota estavam muito apertados e com as passadas irregulares durante todo o trajeto, acabaram por machucar meu calcanhar direito, rasgando a pele em duas áreas, impossibilitando o uso de tênis ou bota no dia posterior. Na volta no catamarã é servido um Whiskey com gelo do Perito, uma experiência legal.
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Retornando... |
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Parceria que deu certo! |
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Whiskey in the jar-o |
Dica: Levem garrafas térmicas e encham com a água dos córregos do Glaciar, é a melhor e mais pura água do mundo!
bem caro esse trekking sobre o glaciar !!!
ResponderExcluiro valor esta em peso argentino mesmo ???
hahahahahah
acho que isso eu não vou fazer, a grana tá pouca ...
Está em peso argentino sim! Esse foi o passeio mais caro de todos nos 30 dias que tivemos de viagem, mas é o que disse no post, vale ao menos uma passada lá no parque para ver o Perito da plataforma. A entrada pra brasileiro ficou de 70 pesos. Mas pense bem, se puder juntar uma graninha, tente fazer ao menos o mini trekking. Amanhã nesse mesmo post, vou colocar as fotos do Big Ice. Abraço!
ResponderExcluirfotos espetaculares ...
ResponderExcluirvou ter que rever e colocar quase como prioridade esse mini trekking. Parece muito legal ...
abraços,
obrigado pela atenção, esta sendo de muita valia ...